Com o tempo, fui percebendo que muitas dessas mensagens eram de brasileiras enganadas por egípcios na internet. Eu vou explicar isso melhor. Toda vez que eu lia uma frase das histórias que elas me contavam, eu sentia um frio na barriga e ponderava muito antes de dar qualquer resposta. Em todas as vezes, tentava manter a neutralidade, respondendo diretamente ao que me perguntavam, sem fazer qualquer julgamento de valores. Eu queria saber se encontrava algo a respeito de mulheres que se envolviam virtualmente com egípcios. Tudo isso porque acreditarem em um conto de fadas.
Somayya - 23 anos
Elas começam perguntando o que eu achei do país. E eu sempre respondia individualmente as leitoras que me procuravam. Só antes, era um ou outro email. E todas elas pensavam seriamente em ir — e invariavelmente sozinhas. Sem julgamentos, mas como uma amparo, de verdade. E, claro, deixar a porta aberta para outras mulheres deixarem seus depoimentos também. Primeiro porém, eu resolvi que precisava responder à pergunta que elas me faziam.
Regras no modo de se vestir
Depois de um ano e meio de conversa pelo computador a mineira Jade Melo nome fictício usado na internet ficou surpresa ao atender um telefono na noite dessa quarta-feira. Do outro lado da linha Bakul Bakulmiah contava, em inglês, que tinha chegado no Brasil para conhecê-la e que em pouco tempo chegaria ao Aeroporto de Confins. Os dois se conheceram em um site de relacionamentos que junta pessoas de forma aleatória. Depois de se falarem eles acabaram pegando os endereços do Facebook um do outro. Os dois usam uma conta separada para poderem se comunicar e continuamente se viam pelas câmeras. Este foi o primeiro problema encontrado pelos dois. Ele veio para o Brasil com a esperança de arrumar um serviço para poder morar aqui. Confiando que aqui teria uma companhia e que poderia começar uma nova vida e sequer comprou uma passagem de volta. Durante este tempo nada pode ser feito.